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chegando onde é essencial

Artigos & Reflexões

por Sofia Morgado

Limpar a mente: necessidade

Muitas vezes as nossas reacções-resposta prejudicam-nos, impedem-nos de conseguir o que queremos, parecendo até reduzir-nos a meros autómatos. Por muito que nos desagrade temos de concordar que em parte o Homem é uma máquina como tantos afirmam.

Uma pessoa pode parecer agir inteligente e conscientemente, mas pode simplesmente estar a “correr em automático”. Somos, muitas vezes, mais efeito de causas externas e da nossa história, do que a origem, o início de acções desejadas. Os problemas ocorrem quando a realidade muda mas as nossas respostas automáticas continuam iguais. Bons exemplos de estereótipos automatizados são o racismo, o sexismo ou o nacionalismo.

O Homem pode ser uma máquina, mas é uma máquina muito peculiar – uma máquina que pode saber que é uma máquina. E ao ter esta consciência – e assumi-lo em consciência – pode descobrir meios de, a um certo nível, deixar de o ser.

Somos nós quem deve controlar a nossa mente e não ao contrário.
É por isso que precisamos de “limpar” a mente e deitar fora todo o lixo que lá reunimos.

Se um leão esfomeado aparecesse subitamente à sua frente com um olhar ávido, nessa altura o reflexo de uma fracção de segundo de medo extremo, seria adequado. Mas se o patrão olhar para si com um olhar imponente, esta resposta (concebida para leões) não ajuda em nada, pois os patrões não têm o hábito de saltarem em cima das pessoas e começarem a comê-las.
Nestas circunstâncias precisa de usar a cabeça e não as suas emoções.

De uma outra forma, quando se sente bem o mundo parece-lhe maravilhoso. Mas quando se sente em baixo, mais facilmente lhe parece um mundo duro, injusto ou ameaçador. No entanto, só muda aos seus olhos porque, na verdade, ele continua lá da mesma forma.

Se quiser ver mais vezes o mundo de uma forma bela, precisará de manter essa mesma disposição por mais tempo. Da mesma forma que, se quiser melhorar a sua vida, precisa de limpar a sua mente para agir da melhor forma perante as situações. Agir em vez de reagir.

Supondo que o faz. O que será diferente?

  • Comunicará melhor
  • Será capaz de compreender melhor a vida
  • Será capaz de controlar as suas emoções
  • Será mais feliz
  • Progredindo enquanto pessoa.

E para quê comunicar melhor?

Pode expôr os seus pontos de vista da melhor maneira possível. Pode lidar com certas situações de modo a não ser vítima (controlando as emoções e pensando com mais clareza). Pode ajudar os outros a perceber melhor.

E perceber melhor a vida para entender melhor as pessoas. Para perceber o que se passam, pois não estará a lutar ou a fugir desnecessariamente, ficando disponível para observar. Estar mais sensível às necessidades dos outros, de forma até a poder atingir os seus objectivos.

Tenho falado em memórias, em automatismos, aprendizagens e como estes condicionam o nosso SER. Assim como tenho salientado a necessidade de uma maior consciência nestes processos para assumir a responsabilidade que nos cabe e recuperarmos o controlo para uma vida, pelo menos, mais satisfatória.

Se este processo é fácil? Não. Não é com o clique de um botão que o conseguimos. Para mim também é um processo constante. Mas torna-se mais e mais fácil percorrê-lo, perceber quando algo em nós necessita da nossa intervenção, trazendo uma maior sensação de controlo e, por isso, um maior bem estar.

Esta é a proposta de reflexão e sugestão de exercício que tenho para lhe deixar hoje. Qual é a tralha que guarda no sótão da sua mente e que apenas estorva o seu uso? O que precisa de fazer – e pode fazer neste momento, para limpar a sua mente?

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