Tendo em conta que o primeiro contacto será telefónico, é natural que o terapeuta não esteja disponível por estar em consulta. Deixe mensagem. Assim que puder, ele (ou ela) liga-lhe de volta para poder fazer a marcação.
O que até é melhor, uma vez que este primeiro contacto é muitas vezes um momento ansiogénico. Só pelo facto do terapeuta não estar disponível no momento, já retira um certo peso da situação.
Já na consulta, o primeiro passo será responder a algumas perguntas iniciais básicas, como nome, morada, contacto, número de contribuinte fiscal ou o número de algum seguro/sistema de saúde que possa comparticipar as consultas.
Aproveito para deixar a informação que, para as consultas serem comparticipadas, muitos seguros pedem:
- relatório do profissional de saúde a justificar a sua necessidade,
- por vezes também relatório do psicólogo e,
- na maioria, pedem a prescrição do seu médico para acompanhamento em psicologia ou psicoterapia.
Informe-se junto do seu sistema de saúde para saber o que é necessário apresentar para o efeito.
Caso não seja abrangido por uma seguradora ou sub-sistema de saúde, ainda poderá colocar os recibos no seu IRS. Nesse caso, precisará de pedir ao seu médico a prescrição para acompanhamento em psicologia ou psicoterapia.
Quanto a esta informação inicial, por vezes é-lhe pedida através do preenchimento de um formulário (previamente ou no início da consulta), outras vezes é o próprio terapeuta que a recolhe. No fundo, é o mesmo que acontece numa consulta médica ou de outra área profissional.
Entretanto passará à questão que o leva à consulta e, dependendo do quanto você se mostrar disposto a falar ou gostar de o fazer, o terapeuta pode ir colocando mais ou menos perguntas.
Alguns terapeutas tomam notas, outros não. Pessoalmente, tiro algumas notas durante a sessão, mas deixo-o essencialmente para depois da consulta e antes da seguinte. Pode sempre pedir para ver essas anotações, já que lhe dizem respeito.
O terapeuta explica um pouco o seu papel na terapia e como esta costuma decorrer, em termos de duração, frequência, valor e objectivos, e pergunta-lhe se quer marcar para a semana seguinte porque a frequência costuma ser semanal.
É então feito o pagamento e termina a consulta, ordem esta que pode inverter-se quando a consulta é conduzida num centro de consultas diversas.
Não foi assim tão assustador, certo?
Acrescento ainda que não é obrigado a continuar com o mesmo terapeuta. Somos, antes de mais, pessoas e se não gostou de determinado terapeuta e quer procurar outro, está no seu direito fazê-lo.
Este momento inicial é sempre um momento de avaliação, como costumo dizer, nos dois sentidos. Pois se o terapeuta precisa de avaliar de que forma pode ajudar aquele cliente a atingir os seus objectivos, o cliente precisa de avaliar se lhe parece que aquele terapeuta/terapia o pode ajudar e decidir confiar no mesmo.
Mas para além destas questões práticas, pode esperar também (não só da primeira consulta) confidencialidade, imparcialidade e não julgamento.
Depois vai depender do tipo de terapia, do terapeuta e da sua formação.
Pode esperar ser ouvido, assim como ouvir sobre aquilo que poderá estar no ângulo cego do seu espelho retrovisor, que lhe sejam colocadas questões orientadoras que o levam a encontrar as respostas dentro de si ou a prática de exercícios e técnicas, tanto em sessão como para trabalho de casa.
Como pensamos muda quem nós somos.
Se procura um terapeuta, veja aqui se o posso ajudar.