Não me refiro agora à assertividade, no que diz respeito ao seu direito à expressão, mas à expressão da emoção. Isto porque há quem diga que é preciso expressar a emoção, vivenciá-la por completo e há quem aconselhe a mudar o registo e a seguir o lema fake it till you make it (fingir até conseguir).
Os dois conceitos são úteis e não são mutuamente exclusivos, podem até complementar-se.
A expressão é útil, sim. Não conter, deixar sair, é o melhor lema. Mas deixar sair não é alimentar. É limpar.
O carro passa na estrada, a nuvem passa no céu e nós não os paramos, nem apanhamos boleia deles. Com a emoção seria algo idêntico, pois ela também segue caminho. As emoções têm a duração máxima de 90 segundos. Em 90 segundos, no máximo, os químicos libertados no nosso corpo já o deixaram.
Mas nós alimentamos a emoção através de uma escolha de pensamentos, na maioria dos casos, inconsciente.
A emoção traz informação útil e gera energia anímica para podermos agir, mas não precisamos de a alimentar. Não precisamos de ouvir música deprimente, ver dramas, nem fazê-los.
Observamos o que sentimos, aceitamos e nada precisamos fazer com a emoção porque a emoção é apenas um sinal. Precisamos de ver o que assinala, de identificar o que precisa de ser feito quanto a isso se for o caso (felicidade pode não gerar necessidade de acção) e agir lá fora. Mas quanto à emoção nada há a fazer.
Ainda não conseguiu encontrar soluções ou alternativas? Ainda não pode agir e não consegue deixar de alimentar a emoção?
Fake it till you make it e mude o disco.
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