Sabe aqueles momentos em que precisa de tomar uma decisão e os seus medos levam a melhor de si? Saiba como melhorar a tomada de decisão, decidir de forma mais fácil e adequada.
Nós tomamos decisões com base na emoção, o que muitas vezes nos leva a pensar que poderíamos ter escolhido diferente.
Quando estamos certos daquilo que queremos, a questão não se coloca. O problema é quando há medos ou dúvidas sobre a nossa capacidade para assumir uma responsabilidade específica, por exemplo.
As emoções toldam o nosso pensamento e levam-nos muitas vezes a jogar pelo seguro porque temos aversão ao risco e à perda. É por isso que o nosso processo de tomada de decisão falha.
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Um estudo feito por psicólogos da Universidade de Chicago e da Universidade Pompeu Fabra em Barcelona revelou uma forma interessante de transformar decisões difíceis em tomadas de decisão mais racionais e com resultados mais práticos.
Eles usaram o problema de trolley de uma forma um pouco diferente. Este teste ou problema consiste num dilema moral apresentado aos participantes através de dois cenários específicos.
Primeiro cenário:
Um comboio segue por uma linha que tem uma interseção mais à frente e continua por duas direções. Os travões do comboio estão avariados e não funcionam. Ele não pode diminuir a velocidade e se continuar em frente vai matar 4 trabalhadores que estão nessa faixa.
Você tem apenas duas opções:
- Se você não fizer nada ele segue em frente nessa linha e mata os quatro trabalhadores;
- Se escolher puxar a alavanca que irá desviar o comboio para a segunda linha, ele irá matar um trabalhador que está nessa faixa.
O que você faria?
Segundo cenário:
Estão 5 homens a trabalhar numa linha. O comboio segue na direção deles e você está em pé numa ponte com vista para essa ferrovia.
Você tem duas opções:
- Pode não fazer nada e deixar tudo continuar;
- Ou pode empurrar um homem da ponte para a linha, matando o homem, mas salvando as 5 pessoas mais à frente.
O que você faria?
Normalmente, no primeiro cenário os participantes estão dispostos a puxar a alavanca, mas, no segundo, não estão dispostas a agir.
De uma forma pragmática, o melhor resultado é sacrificar um para salvar os restantes. No entanto, torna-se um dilema moral e esta experiência mostra-nos como deixamos que as emoções afetem as nossas decisões.
Esta percepção é muito relevante porque as decisões mais catastróficas que tomamos na vida são devidas à emoção e não à lógica.
Emoções e língua
Neste estudo colaborativo entre as duas universidades, foram convidadas a participar pessoas que falavam bem uma segunda língua embora de forma não assim tão fluente. E foi-lhes pedido que fizessem o teste pensando nessa linguagem secundária.
Ao fazê-lo, a propensão de resposta dos participantes aumentou bastante para o sacrifício de um em prol dos restantes.
Os investigadores fizeram ainda algumas experiências alternativas envolvendo apostas e ganhos em dinheiro e, da mesma forma, quando os participantes pensavam naquela língua secundaria se apostavam ou não apresentavam menos aversão à perda.
Segundo Sayuri Hayakawa, uma das investigadoras, isto acontece porque já temos muitas associações emocionais às palavras e expressões na nossa língua nativa.
Se pensar sobre o seu dilema naquela língua em que não é tão fluente assim, não há tanta emoção envolvida e o lado do seu cérebro associado ao pensamento lógico tem um papel mais ativo na decisão. O resultado será uma análise mais adequada da situação.
Ou seja, tem uma decisão difícil para tomar? Use uma segunda língua que precise de pensar nas frases antes de as proferir) e faça a experiência. Poderá descobrir que a sua mente o leva por um caminho diferente e traz um resultado melhor para si. Porque é preciso cuidar de si.